APAV participou no Seminário "Os Refugiados, a Crise e os Traumas"
O Centro de Trauma e o Observatório sobre Crises e Alternativas do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra organizaram a 18 de maio, na Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa, um seminário de reflexão sobre a chamada "Crise dos Refugiados na Europa", conjuntura potencialmente geradora de traumas.
O Seminário contou com a participação de Bruno Brito (APAV), Diana Araújo (Cruz Vermelha Internacional / Comité Internacional da Cruz Vermelha), Francisco Seixas da Costa (Embaixador), Marco Ramos (Psicólogo docente da Universidade de Aveiro), Margarida Marques (Secretária de Estado dos Assuntos Europeus), Miguel Arriaga (Direção Geral de Saúde), Nataliya Bekh (Assessora na Fundação ADFPMC), Ricardo Alexandre (Jornalista RDP), Rui Pereira (Presidente do Observatório de Segurança), Susana Gouveia (Cruz Vermelha Portuguesa), Teresa Tito de Morais Mendes (Presidente do Conselho Português para os Refugiados). O evento contou ainda com a participação de Artur Santos Silva (Presidente da Fundação Calouste Gulbenkian) e de Sami Naïr (Diretor do Forum do Mediterrâneo da Universidade Internacional da Andaluzia).
A APAV participou, através de Bruno Brito, na apresentação do Manual de Apoio Psicossocial a Migrantes: iniciativa conjunta da APAV, da Direção Geral de Saúde e da Cruz Vermelha Portuguesa, que retrata as questões do impacto psicossocial, apresentando estratégias práticas sobre como lidar com as situações de sofrimento e trauma psicológico. Dos muitos contributos que têm surgido para o apoio a técnicos, a área do trauma psicológico era uma das que mais carecia de informação precisa e orientações. Este manual foi revisto e supervisionado pelo Centro de Trauma do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, contando com um posfácio da sua coordenadora, Dra. Luísa Sales.
O contributo da APAV espelha a experiência recolhida ao longo de anos de apoio a vítimas migrantes, a vítimas de tráfico, juntamente com o saber de profissionais que diariamente gerem e apoiam situações de trauma complexo e de intervenção em diferentes cenários de crise. Esta experiência, aliada aos contributos da Cruz Vermelha e da Direção Geral de Saúde, permitiu realizar um manual prático, com muitas sugestões para situações que se anteveem que podem vir a ser colocadas durante os processos de apoio. São abordadas "guidelines" diretas que podem ajudar a minimizar esse impacto, nos migrantes, mas também nos profissionais que os apoiam.